2 de set. de 2011

Do fundo do baú II

 
Fujo da paixão
(não a quero mais)
mas sinto-a no meu encalço
seu hálito no meu pescoço
sua boca na minha pele
seu pulsar no meu peito
tento me esconder
(me encolho)
me pinto de negro
para enganá-la
suspendo a respiração
(para que não me ouça)
mas ela fareja
o cheiro do meu medo!

(julho 17, 2008)


um deslizar de língua
um roçar de dedos
o princípio de tudo
do despertar do desejo
ao êxtase absoluto

(maio 06, 2008)


Ao findar a madrugada,
restos de tudo e de nada;
falas marcadas por palavras gastas
e pontuações respiradas,
lençóis amarrotados,
um projeto mal esboçado de amor
e ela, apenas pele e osso,
uma alma atormentada
e as violetas que ele plantou
no seu pescoço.

( abril 20, 2008)