15 de set. de 2011

Do fundo do baú

 
alheia ao que me cerca,
ao que é fato, ao que é mentira,
estou dispersa, solta, só.
é inútil procurar por mim,
não consigo me encontrar.
não sei mais quem sou,
onde me perco, onde me acho.
mesmo distantes,
teus olhos ainda vejo,
me espreitando com desejo.
se mal me basto
para matar minha própria fome,
com que sobras vou alimentar
estes teus lábios salivantes?!

(junho 11, 2008)


em noites vazias,
(longas como a demora de bocas a espera do beijo)
só um som me ecoa
:o do amor que não ousa pronunciar o nome.
em noites assim,
de desejos sentidos e calados,
(de saudade esquartejada, de abraços amputados)
minhas letras se despem e
(nuas de poesia, de versos, de inspiração)
me amarram, me amordaçam e me emudecem.

só você meu amor com suas palavras,
ora ternas, ora canalhas,
pode me abrir o peito
e me resgatar de dentro de mim!...

(setembro 03, 2008)

* “O amor que não ousa dizer o nome” é uma frase de Oscar Wilde *